Dai-me um coração igual ao Teu

Danuza Neiva
3 min readFeb 12, 2019

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Notícias trágicas. Vidas, sonhos e lugares destruídos. Não conseguimos mensurar o luto de tantas famílias. Mas, como podemos reagir diante tudo isso?

Sexta-feira, 25 de janeiro de 2019, rompe a barragem de Brumadinho, centenas de pessoas encontradas sem vida. Após quinze dias, mais uma sexta-feira trágica, o centro de treinamento do Flamengo foi atingido por um grande incêndio, dez jovens no início de seus sonhos e carreiras foram mortos. Segunda-feira, 11 de fevereiro, morre em um acidente o maior jornalista do Brasil, junto com o piloto do helicóptero. Não lembro de ter visto em um pequeno espaço de tempo tantas notícias de luto de tamanha proporção.

São tristes histórias, “distantes” de nós, blindadas por telas, mas que nos deixam muita comoção. Não tem como não deixar! Isso é pouco, é muito pouco para o que Deus quer de nós diante uma informação.

Em janeiro tive aula com um professor de liderança missional que compartilhou muitas lições e experiências de vida. Mas uma das que me deixou mais reflexiva foi sobre a forma como ele reagia aos noticiários. Ele seguia o modelo de Neemias ao assistir jornais, a cada nova informação ele reagia com misericórdia e orava pelas famílias. Ele contou a experiência de certa vez ter orado por um acidente trágico de avião com uma família, noticiado na TV. Dias depois, familiares, por providência divina, foram ao seu encontro em busca de oração e aconselhamento. Ele se deixou ser usado, deixou seus olhos e ouvidos sensíveis ao que chegava até ele.

Neemias nos ensina atitudes para lidar com ruínas. Ao receber a notícia sobre a miséria do povo judeu, ele ouviu, chorou, jejuou e orou. Deus respondeu à sua oração.

No mês de quisleu, no vigésimo ano, enquanto eu estava na cidade de Susã,
Hanani, um dos meus irmãos, veio de Judá com alguns outros homens, e eu lhes perguntei acerca dos judeus que restaram, os sobreviventes do cativeiro, e também sobre Jerusalém. E eles me responderam: “Aqueles que sobreviveram ao cativeiro e estão lá na província, passam por grande sofrimento e humilhação. O muro de Jerusalém foi derrubado, e suas portas foram destruídas pelo fogo”.
Quando ouvi essas coisas, sentei-me e chorei. Passei dias lamentando, jejuando e orando ao Deus dos céus. Então eu disse: Senhor, Deus dos céus, Deus grande e temível, fiel à aliança e misericordioso com os que o amam e obedecem aos seus mandamentos, que os teus ouvidos estejam atentos e os teus olhos estejam abertos para ouvir a oração que o teu servo está fazendo dia e noite diante de ti em favor de teus servos, o povo de Israel. (Neemias 1:1–6)

Após a triste notícia de Ricardo Boechat, decidi vir aqui repassar para vocês a lição que recebi do professor Ricardo Agreste. Hoje não apenas ouvi, chorei e clamei por misericórdia por nosso país. Mas quantas foram as vezes que parei na escuta, isso quando conseguia ouvia. Me perdoa, Senhor, porque estive com coração endurecido, sem sensibilidade para perceber o que chegava até mim.

Tem uma música que diz: “Dai-me um coração igual ao teu, meu mestre. Dai-me um coração igual ao teu, coração disposto a obedecer, cumprir todo
teu querer”. Que Deus nos ensine a ter um coração mais parecido com o dEle.

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Danuza Neiva

Cristã. Graças à luz de Cristo, sou movida para ver luz onde há escuridão, encontrar soluções onde existem desafios.